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Brechó no bairro faz sucesso pela diversidade e economia cíclica

Século XIX. Rio de Janeiro. Belchior era um mascate que vendia roupas e objetos de segunda mão, com o tempo o nome ficou popularmente conhecido como 'Brechó'

03/05/2025 às 02h39 Atualizada em 04/05/2025 às 00h20
Por: Penha News Fonte: Penha News SP
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Brechó no bairro faz sucesso pela diversidade e economia cíclica

Roupas, calçados antigos, sapatos, bolsas, cinto, entre outras mercadorias, fazem parte dos objetos que geralmente são encontrados nestes espaços. Os brechós promovem a economia circular, ou seja, as roupas que já foram produzidas - que promovem a reciclagem e a recuperação de bens de consumo -, ganham mais espaço no mercado.

Segundo relatório da empresa de pesquisa Thred UP, nos EUA, responsável por pesquisas de empresa de segunda mão, os brechós devem crescer 39% ao ano chegando a movimentar R$ 64 bilhões em 2024. Numa travessa do bairro, um brechó faz sucesso para quem procura economizar e sempre ter roupas para se vestir.

Segunda-Feira (22). 15h. 26°C.  Rua Arnarldo Vallardi Portilho, 117.

No quintal de uma casa simples, com características do bairro, na frente, alguns manequins montados, de um lado vestidos e roupas femininas penduradas, do outro, araras de roupas, shortinhos jeans, camisas e prateleira de sapatos são as opções para quem busca encontrar peças que variam entre R$ 5 a R$ 50.

“Realização. Era um sonho, sou realizada, mas não é fácil ficar devendo para concretizar uma realização profissional”, disse. Rosileia Reis, 60, é dona de um brechó e moradora do bairro desde que nasceu.

Vila Esperança. Abril de 2017. Saindo de um posto de saúde com um amigo, ela se deparou com um brechó e questionou a dona sobre a possibilidade de abrir seu próprio negócio, e a ideia deu certo. Trabalhando no ramo de roupas desde os 18 anos, há quatro anos tem um brechó. A mulher já atuou como gerente de lojas no Cangaíba e no Brás.

Reis, que é casada e cuida da mãe idosa, se emociona ao dizer sobre as questões que envolvem o setor nestas épocas de pandemia.  “Minha mãe é aposentada e meu marido está desempregado, moramos em quatro aqui em casa, acabei não conseguindo pagar as roupas que comprei, com dívidas, a pandemia acabou enfraquecendo um pouco movimento da loja”, disse.

A comerciante , que paga aluguel no espaço em que vive, percebe que todos os tipos de perfis procuram sua loja. Trabalhadores dos hospitais e clínicas do entorno, moradores da região e de outros bairros procuram comprar roupas usadas pagando menos, melhorando a economia circular, têm clientes que há mais de dois anos procuram seus serviços.

“Preciso divulgar mais meu trabalho. Tenho que fazer tudo em casa e acho que se eu conseguir ampliar a propaganda do meu negócio comece a ter mais clientes”, disse. Pensando na expansão do bairro, a comerciante acha que falta uma quitanda e um mercado popular para atrair mais clientes para a região.

“Se precisa comprar uma coisa rápida tem que ir correndo no centro da Penha, deveria ter uma coisa perto até para quem mora e trabalha por aqui”, ressaltou. Antenada com a atualidade, a ideia de Reis e num futuro poder expandir os negócios.

Acostumada a trabalhar em horário comercial - das 9h às 18h - diariamente, atendendo seus clientes, com amor e carinho. Se fosse uma cliente, disse que compraria sempre camiseta regata, calças moles, pois no estabelecimento sempre tem opção.

Perfeccionista, a microempresária separa as roupas por cores claras e escuras, setores – feminino e masculino – e sapatos por números, o que deixa o ambiente harmonioso e organizado. De repente, quatro bolivianos entram no estabelecimento.

“No futuro tenho vontade de ensinar as pessoas como ter um brechó, a entrar neste setor, pois assim como aprendi pessoas que queiram entrar neste ramo podem montar também, e assim comecei a pedir roupa nos grupos da família e fui recebendo doações e montando meu espaço”, contou.

Foto: Jordan De Sampa

*Matéria Original publicada em 22/02/2021, 16h59. Repórter: Jordan De Sampa. Penha News SP

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