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No segundo dia de inverno, lixos residuais na região do Tatuape, irrita os moradores

Por dia, nos 39 municípios de São Paulo, são produzidas mais de 27 mil toneladas de lixo urbano.

22/06/2022 às 16h12
Por: Penha News
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Avenida Celso Garcia, próximo ao Viaduto Alberto Badra, conhecido como Aricanduva. 24°C. Primeira dia depois do solstício de inverno.

Depois de passar por un Jardim de Chuva em que maço de cigarro, embalagem de bombom e mesmo saco de lixo fazem as vezes da planta, abordar a problemática do lixo é sempre a melhor solução. 

Por dia, nos 39 municípios de São Paulo, são produzidas mais de 27 mil toneladas de lixo urbano.

Encaminhados para 13 aterros sanitários, sendo que dois deles ficam fora da cidade. 95,6%, dos 640 municípios que dispõem de coleta de lixo urbano, estão em situação adequada.

De acordo com o IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no último Censo, em 2010, a capital tem 12 milhões de habitantes.

 Com isto a produção do resíduos domiciliares, resultam em 8 mil toneladas de lixo nas variações urbanas, 12 mil nas coletas domiciliares, num montante de 20 mil toneladas de lixo por dia.

Mas, para levar todo este resíduo, a Central de Tratamento de Resíduos Leste (CTL), que fica na Estrada do Sapopemba, 23325, recebe os resíduos domiciliares coletados na região Leste e Sul.

Grandes áreas preparadas para receber grandes quantidades  de resíduos urbanos, os aterros sanitários devem evitar a contaminação do lençol freático contando com garantias ao meio ambiente.

Quando esgotado a utilização de vida de um aterro, com o risco zero de contaminação, pode virar até mesmo área de lazer.

 Ao menos 2.282 viagens dos caminhões trucados diariamente. Com três eixos, o caminhão trucado colabora e consegue levar, por viagem, 12 toneladas de lixos residuais até os aterros sanitários urbanos.

Saindo da porta de casa para mais um dia de tarefas pelo bairro, a dona de casa Sandra Almeida, 47, diz estar acostumada a sair de casa e encontrar com lixo em sua porta.

“Este tipo de lixo jogado assim na rua, acabando com o paisagismo urbano é um problema da pessoa. Porque quem tem consciência ambiental não faz este tipo de coisa", disse.

Moradora da região desde que nasceu, ela diz que diariamente quando vai limpar a porta de casa encontra o mesmo problema.

Caixa de pizza engordurado, copo plástico descartável de forma irregular e lixo orgânico eram os resíduos que estavam numa árvore na porta da casa deles.

O vigilante Cláudio Henrique, 47, é casado com Cláudia, indignado, ele acredita que as autoridades deveriam dar mais atenção aos moradores quando o aspecto é zeladoria urbana.

“Vai reclamar para quem? A gente sempre tá aqui e nunca vê mudanca. Têm esta árvore que tá na calçada em que a copa tá pegando na fiação, chega a estar perigoso", declarou apontando para uma árvore que faz as vezes de lixeira urbana em meio a um emaranhado de fios na frente da casa do casal.

Próximo dali, na Avenida Celso Garcia, no Ponto de Ônibus perto da Rua Antônio de Barros, a atendente Mariana Gabriela, 25, mãe de um menino de três anos e moradora da Comunidade do Pau Queimado, na região da Vila Moreira, ela aguarda a condução.

Para ela a problemática do lixo também é um aspecto de falta de educação pessoal. 

“Acho falta de educação da pessoa, porque meu filho tem três anos e se ele toma ou come alguma coisa que gera sujeira, ele dá na minha mão para jogar no lixo, ele não joga no chão”, ressaltou Gabriela.

Um aspecto interessante nesta região, é a presença de algumas cooperativas de reciclagem que compram papel, papelão, alumínio, cobre, entre outros produtos que geram renda para os catadores de lixo.

“A Prefeitura deveria limpar e colocar mais mão de obra nas ruas para fazer a manutenção urbana. É difícil passar aqui e vê os garis varrendo, vejo mais os moradores fazendo este serviço. E para onde vão nossos impostos?”, questionou a moça.

 “Acho que novos impostos e taxação tributária pode mudar muita coisa", disse.

Proprietário de uma conhecida papelaria da região, que desde 1964 faz sucesso na quebrada, Valdo Marques, 62, que junto com a esposa - que há 50 anos atua neste setor, tem o hábito de separar o lixo orgânico em casa e inclusive levar o lixo gerado em seu estabelecimento para descarte na casa deles.

Mostramos para ele algumas imagens de lixos descartados pelo bairro, impressionado com a falta de educação, o comerciante aposentado diz que a população deve ficar sempre atenta aos horários da coleta seletiva.

“Geralmente a coleta seletiva é por volta das 20h, tem gente que coloca o lixo na ruas às 15h. Daí tem aquela coisa, tem o cachorro que estoura o saco, fuça no lixo. Têm pessoas que não fecham o lixo, ou seja são vários fatores “, comentou Marques.

Explicativo, o dono da papelaria ainda deu ideias de melhorias. “Se as pessoas pensassem no coletivo, seria melhor, mas cada um pensa no seu", disse.

Ora ou outra, ele diz que vê pessoas jogando sujeira em frente ao seu comércio e eles acabam tendo que limpar depois.

Educação ambiental, coleta seletiva, coletividade e mão de obra foram alguns dos aspectos lembrado pelo comerciante.

 “Para mudar esta realidade tem que começar cedo, da escola, tenho dois vasos na frente do comércio e não é morador de rua que coloca o lixo, são as pessoas que passam e colocam bituca de cigarro, copo descartável e outros lixo", disse.

Ele ainda lembrou sobre o que pode ser feito para melhorar. 

“Na praça da igreja tem lixeiras, mas está sempre cheia. As pessoas também precisam entender que não pode colocar lixo por baixo da lixeira, as chances de espalhar tudo aumenta”, lembrou o comerciante. (Clique aqui para saber o horário da Coleta de Lixo em sua região)

Em segundo lugar no ranking de cidades que mais geram lixo por dia, gerando diariamente mais de 1 milhão de toneladas, o município de Guarulhos decretou estado de emergência no fim de 2021, devido  a um deslocamento de uma parte do aterro sanitário  Quitaúna, localizado no bairro de Cabuçu.

 Por causa disto, a prefeitura passou a depositar o lixo residual num aterro particular.

Em São Paulo, de acordo com a Companhia Estadual do Estado de São Paulo (Cetesb), devido a presença de animais e insetos que podem provocar doenças,  falta de terra suficiente para cobertura e o único aterro sanitário urbano impróprio fica na região de Embu das Artes.

Por lá, a prefeitura recebeu desde 2014, advertência e duas multas da Cetesb.  

Como melhorias, o órgão público ainda disse que está realizando coleta e drenagem do chorume, o caldo tóxico produzido pelo lixo, queima de gases e sistemas de exaustão, monitoramento das águas subterrâneas e instalação do sistema de impermeabilização do aterro.

A previsão é que em três anos, um novo aterro público esteja pronto.

Outra solução são os pontos de transbordos, locais de destinação intermediário dos resíduos coletados na cidade.

Esles foram criadospara adequar a logística entre a área da coleta e o aterro sanitário, permitindo assim que o lixo seja descarregado por caminhões compactadores e depois levado por uma carreta até o aterro.

São três estações de transbordo na cidade de São Paulo: (Fonte: Prefeitura de São Paulo).

•Transbordo Vergueiro
Rua Breno Ferraz do Amaral, 415 B
Telefone: 5061-8902;

• Transbordo Santo Amaro
Rua Miguel Yunes, 480.
Telefone: 5615-1927;

• Transbordo Ponte Pequena
Avenida do Estado, 300
Telefone: 3331-2811

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