Nascido na Judéia, no ano 2 d.C., São João é um dos mais famosos dentre os mais de 20 mil da igreja católica. Pelos católicos considerado parente e missionário, ele batizou Jesus no Rio Jordão. Era João quem era o responsável por cativar as pessoas para o batismo. Nas religiões de matrizes africanas, às sextas-feiras é o Dia de Oxalá, em que se indica o uso de roupas brancas e que remetam a paz.
Com 1.700 m², conhecido como Aricanduva, o Viaduto Engenheiro Aberto Badra é uma das principais vias de acesso para quem vem da Rodovia Fernão Dias (562,1 km), que liga São Paulo à Minas Gerais e à Marginal Tietê.
Além disto, é a principal alça de acesso da Penha de França para Guarulhos e a região do Aeroporto Internacional de Guarulhos (15,7 km), e as zonas Oeste, Norte e ao Oeste do estado e à região do ABC e Litoral. .
Inaugurado em 1979, o Viaduto Alberto Badra, que liga este trecho terá uma reforma feita no “pavimento rígido” da estrutura da obra que vem apresentando desgaste. Em caráter de urgência, a previsão de conclusão da obra é de 180 dias. Mas não é a primeira reforma de infraestrutura realizada no velho Aricanduva.
Em 28 de Novembro de 2000, um esmagamento do aparelho de apoio entre um pilar e a base de asfalto, que funciona como um amortecedor, deu origem à um degrau de 30 centímetros entre dois ‘blocos’ de asfalto, o padrão original entre os tabuleiros é de 2 centímetros.
Terminal Aricanduva. 15h08. 27ºC. Embaixo do Viaduto Aricanduva.
Com 16 linhas atendidas e com operação diária de 24 horas, fundado em 15 de Outubro de 1985, o terminal liga os bairros da zona leste à região central da cidade.
Ao todo são quatro pólos: Central (9 -Cinza), Sudeste (5-Verde), Região Leste (4-Vermelho) e Noroeste (3-Amarelo).
Aguardando o ônibus e retornando de mais um dia de trabalho, a técnica em radiologia Kauany Bitcher, 29, explica que está acostumada a sempre utilizar o transporte público e passar debaixo do viaduto. Sentada num dos bancos do terminal, a jovem se diz impressionada quando observa que o lugar pode ser um ambiente mais conservado.
“As autoridades que devem se preocupar no combate, evitando acidentes como maneira de evitar rachas, problemas por falta de sinalização, infiltrações e mato para todos os lados. Em relação aos acidentes é importante o motorista ter cautela e as autoridades fazer o trabalho de prevenção”, disse a jovem.
Mas não só de problemas estruturais que o viaduto de 50 anos, encravado numa das principais vias que corta a zona leste da cidade sobrevive. Na garupa de uma moto que trafegava no viaduto, em 30 de Junho de 2017, Monique Silva, 29, morreu após ser arremessada após a colisão da moto que ela estava com um carro prata, que invadiu a contramão após colidir com um caminhão que vinha no sentido centro-bairro.
Segundo testemunhas, foi um caminhão baú que provocou o acidente, atingindo um veículo prata que invadiu na contramão.O acidente envolveu quatro carros, três motos e um caminhão.
Com o impacto, a moto foi arrastada para as paredes e a jovem despencou de uma altura de 30 metros, o equivalente a um prédio de nove andares, na Rua Alfredo Franco, embaixo do viaduto e próximo a uma empresa de reciclagem de metais.
Dentre algumas das reclamações dos motoristas é a falta de muretas entre as pistas, uma ou duas pistas de escape para acidentes e a altura das muretas de segurança.
15h25. Respeite os limites de velocidade.50 quilômetros por hora e caminhões à direita. Fomos a pé, até a metade do viaduto, numa aventura que exige coragem e sangue frio. Logo de início, no sentido Centro - Bairro - percebemos apenas uma via de calçada na estrutura da ponte, o que dificulta a mobilidade em grupos.
Calçadas detonadas, matos nos vãos - e no meio da ponte, trepidações horripilantes quando passa um caminhão ou veículo mais pesado, alta velocidade e sujeiras e infiltrações nas paredes foram o que mais presenciamos.
Rua Guaiaúna, nº 299. 27ºC. Mecânica e Auto Elétrica Castro. O mecânico de carros Moisés de Castro, 49, é proprietário da oficina mecânica MK Comércios, e está acostumado a atender semanalmente em média de dois a três ocorrências de veículos que quebram no viaduto, ele lembra que manutenção nas estruturas é uma ação mais do que necessária.
“Carros que fervem por causa do trânsito, congestionamento, pneus furados e falta de combustível são os principais incidentes que acontecem com motoristas neste viaduto. Todos os finais de semana é comum presenciar acidentes que acontecem no viaduto. Fazer o preventivo dos veículos antes de circular é importante, porque é muito perigoso”, disse.
Segundo a CET (Companhia de Engenharia e Tráfego), aproximadamente 100 mil veículos circulam por esta ponte urbana nos horários de pico, dentre estes veículos 12 mil caminhões.
“Este viaduto é importante porque as pessoas conseguem sair do rodízio, veículos com proibição de circulação só podem ir até o Aricanduva, é uma alça alternativa para o Rodoanel, São Matheus, ABC e Litoral.
"Na Marginal Tietê é proibida a circulação de caminhões, então deveriam construir as faixas alternativas que faltam - inclusive as de escape de emergência, que é do projeto inicial, de oito faixas - para depois reformar”, relembrou Castro.
Infiltrações e rachaduras nas estruturas, matos nas fendas do viaduto e outros problemas de zeladoria são bastante percebidos no Alberto Badra.
Para retirar este aspecto de abandono, o mecânico teve uma sugestão. “Já que não há um cuidado e um zelo do patrimônio público pelas autoridades, deveriam ser feitas parcerias que incentivassem oficinais, atividades culturais, projetos sociais, mesmo alguns tipos de empresa, tipo estacionamentos, para a melhoria nos espaços do vão do viaduto”, comentou.
Em 2020, a Subprefeitura da Penha iniciou um projeto de reurbanização dos baixos do viaduto próximo ao local do acidente com Monique, na Rua Alfredo Franco, para ajudar na contenção do descarte irregular de lixo e entulho, foram colocados alambrados, cercados e destinados a duas entidades de credibilidade para atividades esportivas e culturais.
Contudo, aos fins de semana, acidentes que envolvem veículos em alta velocidade, porque não tem radar, e as disputas entre motoqueiros- que empinam as motos fazendo malabarismos -, fazem do Aricanduva um dos 40 viadutos da cidade - que era para ser um dos mais seguros -, ser um dos mais perigosos.
O motorista de ônibus Erivelto Santos, 59, trabalha há 35 anos como motorista em São Paulo, e na tarde de hoje ele fazia o trecho Vila Curuçá – Terminal Aricanduva (2583-10), para ele, que está acostumado a fazer em média quatro viagens, o que aconteceu foi um fluxo desordenado de aumento de moradores da cidade.
“O que deixou o viaduto deteriorado foi o aumento de moradores na cidade, se não é feito a manutenção adequada dos asfaltos, calçamentos, infraestrutura e paisagismo a situação piora cada vez mais”, disse. Como todo trabalhador brasileiro, Santos também paga seus impostos e ele acredita que isto deveria mudar.
“Se eu pago meus impostos deveriam arrumar, zelar com cuidado e não ficar colocando remendos, você pode ver, devem ter uns dez remendos. É um buraquinho, eles fazem um quadradão e fica deste jeito, remendado”, observou apontando para a estrutura do viaduto vista por baixo de onde estava no terminal.
Arte urbana debaixo do viaduto. “Naquele espaço debaixo da comunidade da Guaiaúna (aponta) deveria ter mais arte, cultura, lazer, pois aquele pedaço está abandonado, daria mais vida ao lugar”, disse.
16h14. A designer de sobrancelhas Marlene Albuquerque, 16, estava com sua irmã, a bebê Mirela, brincando num dos balanços do playground. ”Fico incomodada com este descaso, deveriam tirar os buracos debaixo do viaduto, pois quando chovem inunda tudo na pracinha, pintar as estruturas, retirar os matos e colocar paredes maiores, por que se têm acidentes a pessoa pode ser arremessada lá de cima”, afirmou a jovem.
É para frente que se anda. Na esperança de dias melhores, a jovem faz uma declaração ao bairro em que vive. “Acho que deveria reformar o viaduto todo. Sou a favor de arte. Deveria ter mais grafites, arrumar as infiltrações e chamar mais atenção das pessoas. Deveriam dar acesso a aulas de ginástica, danças e mais lazer para a população, eu amo este lugar”, disse a jovem.
Em maio de 2021, fizemos a reportagem 'Parte do sistema viário da Marginal Tietê, batizado de Engenheiro Alberto Badra, viaduto Aricanduva possibilita educação, arte e inclusão' (clique aqui para ler a matéria), e saiba mais sobre o Ecoponto Vila Luisa, debaixo do viaduto, e o que os moradores disseram sobre arte e inclusão naquele período.
Foto: Jordan De Sampa
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