Foi ali que encontramos um artista plástico e visual que vem fazendo sucesso pelo canteiro do Córrego Rincão, entre o Metrô Penha e Vila Matilde. Ricardo Venâncio, 51, trabalha como Borracheiro há 32 anos,  mas há 27 anos, arruma os pneus dos carros dos moradores perto do Parque Rincão.

Uma moto com pneus de carro com rodas velhas, e latinhas pintada de laranja, vermelho verde. O nariz da Peppa Pig feita com tampinhas de garrafa.

Um sapo pintado de verde feito de tampinhas recicladas, pneus e garrafa pet. Um bico do cisne feito com pneu pintado de branco. Um poço artesiano feito de pneus e telha, e até uma representação de uma fonte de água com pneus azuis e roda de carro - tudo muito encantador - deixa o cenário parecendo uma vitrine de arte a céu aberto.

Entre tampinhas de garrafa, arames de ferro, bolinhas de natal, cocos verdes, entre outros objetos curiosos, o que mais encanta nas obras são os pneus pintados que nos canteiro da via viram obras de arte.

 Juntando o útil ao agradável, ele pegou os descartes de entulho e pneus que as pessoas jogavam no lugar, recortou, e encheu de entulho descartado.

Por dentro dos pneus, alguns com 200 kilos de terra com arames galvanizados para não enferrujar. Curioso, é que pensando no meio ambiente ele colocou plantas nativas da região para harmonizar com a paisagem do cenário.

“Sempre gostei de decorar e deixar o ambiente mais harmonioso, desta forma acredito que as autoridades entenderam o que estava querendo fazer por aqui. Inclusive plantando plantas nativas”, disse.

Além disto, a questão da falta de respeito, de alguns, e às vezes, a falta de segurança incomoda.” Falta mais respeito e algumas pessoas acabam furtando e vandalizando. Já roubaram para levar para Chácara, que eu sei, então segurança é uma questão complicada”, disse o borracheiro.

Sérgio Pimenta, 54, é motorista. Morador do bairro, desde que nasceu, sempre está pela oficina e conversando com o artista. Segurança e mais espaço é o que ele também deseja para o lugar.

“Acho bacana este espaço que temos aqui no bairro, fica encantador. O ruim é que algumas pessoas vandalizam. Deveria ter espaço para feiras de artesanato e mais arte. Igual o 'Beco do Batman', na Vila Madalena ”, disse o rapaz.

Para continuar o trabalho, o artista borracheiro precisa contar sempre com doações de tintas, objetos e materiais. Além disto, pretende sempre conscientizar jovens, adultos e estudantes da região, a conhecer e apoiar o espaço urbano de arte e sustentabilidade.

Reportagem: Jordan De Sampa

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