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Afinador de pianos tem que ter ouvido apurado

Bartolomeo Cristofori (1655-1731) inventou o piano, há 294 anos, em Florença, na Itália

02/05/2025 às 22h53 Atualizada em 03/05/2025 às 01h51
Por: Penha News Fonte: Penha News SP
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Afinador de pianos tem que ter ouvido apurado

Insatisfeito com a falta de controle que os músicos tinham acima do nível do volume do clavecino, e reconhecendo a alteração do dedilhamento com um martelo, em 1709 foi criado o piano moderno.

312 anos depois, aqui na Penha, com um ouvido bem apurado, um afinador de pianos tem se destacado. Ao entrar na loja quadros do alemão Johan Sebastian Bach, Dominguinhos, do músico polonês radicado na França Frédéric Chopin e o pianista russo Sergei Rachmaninoff deixa o cenário decorativo.

“Paixão é o que define meu trabalho”, disse. Danifer Cirillo, 32, técnico de piano, é o responsável por deixar o som harmonioso.  Nascido e criado no bairro da Penha, de família de músicos, Cirillo há mais de 15 anos toca piano por lazer e com a maturidade se tornou afinador. 

Com avós imigrantes vindos da Itália, sendo a sexta geração de sapateiros da família, seu avô chegou na Itália como prisioneiro de guerra vindo da Rússia e depois veio para o Brasil.

Com uma rotina diária entre atender na loja e afinar o piano na casa do cliente, em média, o técnico faz três afinações diárias.  Quando começou a pandemia, com menos eventos e shows, o público diminuiu, mas seus serviços não pararam.

Acostumado a ouvir piano a vida toda, o afinador explica que na infância tinha o objeto na sala, muita festa em casa, e na madrugada, quando tocava se encantava. “Meu pai só tinha a oficina, a parte do restauro, daí pareceu a oportunidade e fiz a oficina de pianos, o que faz o comércio é quem trabalha nele”, disse.

Antigamente dentro das próprias fábricas os pianos eram tocados pelos funcionários. Em média um piano tem 250 cordas e 88 teclas. Sete oitavas e meia. Antigamente eram 85 teclas, mas o padrão mudou.

Ainda aparecem pianos com 90 ou 80 teclas, geralmente os mais antigos. Ouvido afinado e bom gosto é necessário para quem quer seguir este tipo de profissão. “É uma coisa que vem de berço, desde sempre. Pegar pianos da mesma marca, em épocas diferentes e restaurar, faz eu me sentir bem. Cada um tem um tipo, uma acústica, um toque.

Por exemplo, pegar um piano de 100 anos que está destruído e fazer ele funcionar, às vezes fica melhor que um piano novo, é gratificante”, explicou Cirillo. Para entender, têm pianos que tem uma marca e as vezes é melhor do que a outra. O tipo de madeira, a qualidade das cordas, da tecla, tudo isto influência, e cada um fica de um jeito. 

Músicos profissionais, pianistas, professores de música, cantores, que utilizam o equipamento como estudo para vocal e arranjistas são os tipos de clientes que mais procuram este tipo de serviço, clientes que tem piano apenas como decoração em casa, também procuram os serviços dele.

Religião. Igrejas católicas e evangélicas, mesmo que utilizam órgãos, procuram os serviços de afinação. “O piano é um instrumento um pouco mais caro, mas com relação a um instrumento de qualidade não é tão caro assim. Tanto violão quanto violino têm instrumentos com custo mais acessível”, disse.

Foto: Jordan De Sampa

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*Matéria Original Publicada em 22/01/2021 no Porta Penha News SP. Reportagem: Jordan De Sampa (@Insta: jordandesampa)

 

 

 

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